Crônica: (Re)Engenharia do Rock: SOB O TAPETE

  • 11/02/2025
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Crônica: (Re)Engenharia do Rock: SOB O TAPETE

(RE)ENGENHARIA DO ROCK

A engenharia havaiana

Crônicas sobre a obra musical de Humberto Gessinger e os Engenheiros do Hawaii

Álbum: Ouça o que eu digo não ouça ninguém

Leonardo Daniel

SOB O TAPETE

Engenheiros do Hawaii

Quando menos se espera

O que seria já era

O que seria de nós?

Se não fosse a ilusão

Que nos trouxe até aqui?

Quanto mais se foge

Tanto mais se quer fugir

O que seria de nós

Se não fosse a ilusão

A doce ilusão de conseguir?

Há mais de uma semana

Eu não sei que horas são

Havia um romance

Ao alcance da mão

Mas o cigarro apagou

Enquanto eu decidia

Se o vício valia

Se eu seria capaz (x2)

Ou seria difícil demais

Quando menos se espera

O que seria já era

O que seria de nós?

Se não fosse a mão

Que nos trouxe até aqui?

Quanto mais se foge

Tanto mais se quer fugir

E só se pensa em fugir

Da mão que nos trouxe

A doce ilusão de conseguir

Há mais de um motivo

Há mais de uma razão

Havia um romance

Ao alcance da mão

Mas o cigarro apagou

E me ensinou o macete

De esconder as cinzas

Sob o tapete

Análise Pessoal:

Em “Sob o Tapete” teremos uma abordagem não usual, mas fidedigna a minha sensibilidade cognoscitiva. Vejamos: “Quando menos se espera/O que seria já era/O que seria de nós?”. Se não fosse a ilusão... de fazer, ser, e estar... a ilusão do mundo é Maia. “Quanto mais se foge/Tanto mais se quer fugir”. É o ego fugindo dele mesmo... num círculo Dantesco. O que seria de nós sem a ilusão de que estamos sempre, mais e mais conseguindo o que queremos? Ou acreditando conseguir? “Há mais de uma semana/Eu não sei que horas são” e adiantaria saber?

E, se chego sempre atrasado

Se nunca sei que horas são

É porque nunca se sabe

Até que horas os relógios funcionarão

(NUNCA SE SABE)

De qualquer forma seu interlocutor dialógico e discursivo deixou um norte, uma direção: “Havia um romance/Ao alcance da mão”. O cigarro em minha chave exegética significa uma vida – uma nova existência. Assim: “[...] o cigarro apagou/Enquanto eu decidia/Se o vício valia/Se eu seria capaz...” com isso, o vício é continuar sem opção de ter o sangue circulando nas veias. Nascer vida após vida como um bebê como sacrifício para a humanidade doente. Por ubiquidade.

Ou seria difícil demais

Qual é a mão da ilusão que nos trouxe até aqui? Não é a mão do mercado comum para todos nós.

Onde está o teatro mágico só para iniciados ?

Onde está o espaço não privatizado ?

Onde estão os caras que acenavam com a mão invisível um mercado para todos nós ?

(SEGUNDA-FEIRA BLUES I)

É desta forma que se tenta fugir: “Da mão que nos trouxe/A doce ilusão de conseguir”. O romance ao alcance da mão... é a queda... que trouxe tempo – a maior ilusão de todas – para a humanidade tola... isto é: “[...] mais de um motivo/Há mais de uma razão”. Para fazer o bem às pessoas... o que diria o romance? “Mas o cigarro apagou” a vida por ubiquidade acabou:

E me ensinou o macete

De esconder as cinzas

Sob o tapete

O corpo morto é cremado. E as cinzas enterradas... sob o tapete... ou seria um caixão?

À guisa de conclusão:

“Sob o Tapete” nos exige bastante reflexão... sobre o bem... sobre o mal... sobre o tempo... sobre o espaço... a doce ilusão de conseguir. A vida é um sucedâneo de fatos ininterruptos. Imprevisível. 100% imprevisível... o romance que fala a música... é a queda... retrata a queda de algum anjo de luz, que caiu para salvar a humanidade doente. E assim o grande mestre que é esse narrador, este eu lírico, não usará a highway para causar impacto. Não será o motivo do romance nas mãos... já que ele vive duas vidas ao mesmo tempo: sob o tapete à ubiquidade.

18/11/2024

Inhumas 


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