Crônica: (Re)Engenharia do Rock: DESDE QUANDO?

  • 15/02/2025
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Crônica: (Re)Engenharia do Rock: DESDE QUANDO?

(RE)ENGENHARIA DO ROCK

A engenharia havaiana

Crônicas sobre a obra musical de Humberto Gessinger e os Engenheiros do Hawaii

Álbum: Ouça o que eu digo não ouça ninguém

Leonardo Daniel

DESDE QUANDO?

Engenheiros do Hawaii

Desde quando errar é humano?

Desde quando humano é normal?

Desde quando errando é que se aprende?

Desde quando poluição é progresso?

Desde quando progresso é melhor?

Acho melhor começar tudo de novo

Do que acabar pela primeira vez

Desde quando?

Até quando?

Você insiste em dizer

Que enxerga na escuridão

Você insiste em dizer

Que controla a situação

Não minta agora, agora não

Desde quando viver é um sonho?

Desde quando um sonho é preciso?

Eu preciso do que eu quero

Eu espero que você me dê

Desde quando ordem e progresso

Nos levarão a algum lugar?

Nem tudo que brilha é ouro

Nem todo ouro pode nos salvar

Desde quando?

Até quando?

Você insiste em dizer

Que enxerga na escuridão

Você insiste em dizer

Que controla a situação

Não minta agora, agora não

Desde quando poesia é verdade?

Desde quando verdade vicia?

Eu tô esperando que você me diga

Desd'aquele dia

Rock'n'roll não é o que se pensa

O que se pensa não é o que se faz

O que se faz só faz sentido

Quando vivemos em paz

Desde quando?

Até quando?

Você insiste em dizer

Que resiste à tentação

Não minta agora, agora não

Análise Pessoal:

Em “Desde Quando?” temos uma série de indagações com algumas resoluções de um incógnita ignota do SER. A letra quebra a tradição aceita abertamente justamente por ser tradição, desta forma o eu lírico pergunta: “Desde quando errar é humano?” Desde nunca... “Desde quando humano é normal?” Desde nunca... “Desde quando errando é que se aprende?” Pode até ser, mas isto é muito raro. E as perguntas não param elas não são perguntas retóricas, mas sim inquietudes culturais e espirituais. Desta forma, “Desde quando poluição é progresso?”... Não poluição não pode ser progresso, isto é uma contradição entre termos, como dizia Renato Russo sobre “a guerra santa”... poluição é retrocesso. É um anacronismo histórico. Nem toda mudança é para melhor, da mesma forma, nem todo progresso é melhor.

Acho melhor começar tudo de novo

Do que acabar pela primeira vez

Ainda bem que ele “acha” e não tem “certeza”, se não nós todos estaríamos perdidos... a mercê da própria sorte... mas o eu lírico sabe (desde quando?) que “Não escaparemos do vexame, não/

Nós não caberemos todos em Miami-ami”. (CHUVA DE CONTAINERS).

Desde quando?

Até quando?

Estas duas perguntas se completam e se perfazem. Como um Grão-Vizir que tem no tapete da história a poesia indescritível do seu sorriso. O papo agora é com o interlocutor dialógico do eu lírico. Isto porque esse mesmo interlocutor insiste em dizer uma série de coisas, como por exemplo: que ele enxerga na escuridão, que controla a situação, - quando na verdade o eu lírico adverte: “Não minta agora, agora não”. E continua as reflexões...

Desde quando viver é um sonho?

Se é vida não pode ser sonho... a vida é na realidade, o sonho é sonho... e justamente por ser sonho ele não é preciso, pelo menos para nós mortais.

Eu preciso do que eu quero

Eu espero que você me dê

E sim o interlocutor dará aquilo tudo que for preciso, pois “Não importa se só tocam/O primeiro acorde da canção/A gente escreve o resto em linhas tortas/Nas portas da percepção”. (EXÉRCITO DE UM HOMEM SÓ I). não basta o positivismo, Ordem e Progresso não nos levarão a algum lugar... e nem tudo que brilha, pode ser ouro... e nem todo ouro do mundo pode salvar nem mesmo nenhum de nós... mortais... e estamos correndo riscos... pelo menos já foi... porque estávamos em ROTA DE COLISÃO... Agora vivemos num mundo INSULAR e depois “os quatro cantos de um mundo redondo e frágil”.

Desde quando poesia é verdade?

Eu não sei...

Desde quando verdade vicia?

Eu também não sei - eu sou um viciado... gauche na vida...

O interlocutor teve um episódico neurológico claro... este surto psicótico vivido pelo interlocutor que de tão marcante que foi que é o “aquele dia”... “Desd'aquele dia”. Com tudo isso chegamos ao desfecho final: “Rock'n'roll não é o que se pensa”... ou seja, é sonho... “O que se pensa não é o que se faz”. Até porque é... “A diferença do que se pensa e o que se faz” que é uma das coisas que nos colocava em Rota de Colisão... Afinal, “O que se faz só faz sentido/Quando vivemos em paz”.

À guisa de conclusão:

Para tentar concluir esta canção, temos que saber que a maior pergunta que pode ser feita a um grande poeta, é feita em “Desde Quando?”... Que é: “Desde quando poesia é verdade? ” Pergunta dificílima, que o eu interlocutor não sabe como responder... também a resposta pode ser: “nunca”... ou a resposta, pode ser: “desde sempre”... o fato que um grande poeta é algo muito raro e muito caro para a humanidade, e até mesmo Guimarães Rosa não suportou o peso de ser um poeta... sim um poeta sofre mais e esquece mais ... quando a humanidade dorme e sonha... “Como um anjo caído/Fiz questão de esquecer”. (Quase Sem Querer – Legião Urbana). Sendo assim, façamos uma prece para Freud Flintstone... 


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