Crônica: (Re)Engenharia do Rock: O OLHO DO FURACÃO
- 21/03/2024
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(Re)Engenharia do Rock
Leonardo Daniel
O OLHO DO FURACÃO
Engenheiros do Hawaii – Humberto Gessinger
Tudo muda ao teu redor, o que era certo, sólido
Dissolve, desaba, dilui, desmancha no ar
No moinho, giram as pás, e o tempo vira pó
De grão em grão, por entre os dedos, tudo parece escapar
Estamos no centro, por dentro de tudo, no olho do furacão
Estamos no centro de tudo que gira, na mira do canhão
Se for parar pra pensar, não vai sair do lugar
!Não tem parada errada, não! No olho do furacão
Tudo gira ao teu redor o que era certo, sólido
Evapora, vai-se embora, o que era líquido e certo
Estamos no centro, por dentro de tudo, no olho do furacão
Estamos no centro de tudo que gira, na mira do canhão
Se for parar pra pensar, não vai sair do lugar
!Não tem parada errada, não! No olho do furacão
No olho do furacão...
Análise Pessoal:
Em “O olho do Furacão” temos em seu começo uma citação de Marx: “tudo muda ao teu redor, o que era certo, sólido/Dissolve, desaba, dilui, desmancha no ar”. Com isso, segue-se uma reflexão social e sociológica sobre o que vem em seguida, ou seja, “No moinho, giram as pás, e o tempo vira pó/De grão em grão, por entre os dedos, tudo parece escapar”. Há um ritmo frenético que envolve o personagem central e seu interlocutor (estamos) dentro do furacão (o mesmo furacão)... “Estamos no centro, por dentro de tudo, no olho do furacão”. É o mesmo furacão para os dois... ao menos os dois. “Estamos no centro de tudo que gira, na mira do canhão” – aqui há uma orientação que esse furacão não é só um fenômeno da natureza, e sim causado pelo homem (a mira do canhão). E não podemos ficar parados... “Se for parar pra pensar, não vai sair do lugar”.
!Não tem parada errada, não! No olho do furacão
E de tudo que gira, faz isso ao redor do eu lírico, e mostra que o sólido se transforma em líquido. E tudo que era uma certeza, mesma líquida; evapora; “o que era líquido e certo”. E desta forma, (!Não tem parada errada, não! No olho do furacão/No olho do furacão).
À guisa de conclusão:
Mais uma vez temos a poesia de Humberto Gessinger posta à sobrevivência da Engenharia Hawaiiana... é uma canção “O olho do furacão” do disco Tchau Radar. Um disco estradeiro de pop rock dos Engenheiros do Hawaii. Em “O olho do furação” há uma espécie de surf no caos, e eles, pelo menos dois, e eu e seu outro, o eu lírico e seu interlocutor, vão mesmo no olho do caos, vão sobreviver... sobreviver à loucura dos que são realmente os verdadeiros loucos e o furacão vem dessa loucura.
Leonardo Daniel
07/11/2023