Crônica: (Re)Engenharia do Rock: O POETA ESTÁ VIVO
- 18/04/2024
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(Re)Engenharia do Rock
Leonardo Daniel
O POETA ESTÁ VIVO
Barão Vermelho - Cazuza
Baby, compra o jornal
E vem ver o sol
Ele continua a brilhar
Apesar de tanta barbaridade
Baby, escuta o galo cantar
A aurora dos nossos tempos
Não é hora de chorar
Amanheceu o pensamento
O poeta está vivo
Com seus moinhos de vento
A impulsionar
A grande roda da história
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Se você não pode ser forte
Seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar
Não tenha pena
Todo mundo é parecido
Quando sente dor
Mas nu e só ao meio dia
Só quem está pronto pro amor
O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
O poeta não morreu
Foi ao inferno e voltou
Conheceu os jardins do Éden
E nos contou
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Mas quem tem coragem de ouvir
Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento
Análise Pessoal:
Em “O Poeta está vivo” temos um hino de liberdade dedicado à juventude. Nesse hino somos discípulos do poeta, que não morreu, foi ao inferno e voltou. Então ele fala: “Baby, compra o jornal” para se informar de tantas barbaridades, e o convite para ver o sol, está feito. Ele volta a chamar... “Baby, escuta o galo cantar” na aurora de novos tempos é também a aurora dos novos pensamentos... ou de um grande outro pensamento – metanoia, e por isso não é hora de chorar. Afinal, amanheceu o pensamento. O poeta está vivo. E luta contra seus moinhos de vento, ou seja, a sociedade. Afim de impulsionar “a grande roda da história”. E somente quem tem coragem de ouvir, é que amanheceu o pensamento. E o que traz essa metanoia? Se não mudar o mundo com os mesmos moinhos de vento. Há agora um radicalismo que eu não percebo... Mas, sei do porquê disto... (o eu lírico) pede socorro em meio a tanto sofrimento. E convicções, sobre tudo e sobre o que a paz e o amor.
Se você não pode ser forte
Seja pelo menos humana
Quando o papa e seu rebanho chegar
Não tenha pena
O sofrimento dele não é exclusivo, “Todo mundo é parecido Quando sente dor” e assim há um ato político: (Mas nu e só ao meio dia/ Só quem está pronto pro amor). a nudez aqui não é só a nudeza do corpo é também a nudeza da alma. Ato Público e Político. Mais uma vez o poeta está vivo. Foi ao inferno e voltou. E com isso pôde: conhecer os jardins do Éden e depois nos contou.
À guisa de conclusão:
Esta canção é um chamado. Podemos tentar concluir dizendo que essa canção tem uma metatextualidade, pois ao mesmo tempo que o novo pensamento vai amanhecer, e é por isso anunciado, não fica claro qual é esse novo pensamento, a não ser que a anunciação coletiva e pessoal (idiossincrática) já é o próprio pensamento, ou seja, quem é sensível o bastante vai ouvir esse chamado. Então, quem está pronto pro amor, vai conhecer o paraíso cuja estreita porta é feita pelos jardins do Éden.
Leonardo Daniel
09/12/2023