Crônica: (Re)Engenharia do Rock: FÉ NENHUMA

  • 01/11/2024
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Crônica: (Re)Engenharia do Rock: FÉ NENHUMA

(RE)ENGENHARIA DO ROCK

A engenharia havaiana
Crônicas sobre a obra de Humberto Gessinger e os Engenheiros do Hawaii

Leonardo Daniel
FÉ NENHUMA
Engenheiros do Hawaii – Humberto Gessinger
Não levo fé nenhuma em nada!
Não levo fé nenhuma em nada!

Mas ninguém tem o direito
De me achar reacionário
Não acredito no teu jeito
Revolucionário

Eu sei que você acredita
Nas notícias do jornal
Mas tudo isso me irrita
Me enoja e me faz mal

Por incrível que pareça
Teu discurso é tão seguro
Talvez você esqueça:
Você também não tem futuro

Não levo fé nenhuma em nada!
Não levo fé nenhuma em nada!

Você quer me pôr no agito
No movimento estudantil
Mas eu não acredito
No futuro do Brasil

Eu não vou morrer de fome
Eu não vou morrer de tédio
Eu não vou morrer pensando
Qual seria o remédio

Sei de cor seus comentários
Sobre o mal da alienação
Mas eu não vivo de salário
Eu não vivo de ilusão

Não levo fé nenhuma em nada!
Análise Pessoal:

Em “Fé Nenhuma” temos um contexto não só político, mas também universal. Humberto Gessinger, disse certa que vez que ele não acreditava mais em “Fé Nenhuma” que isso foi algo superado. E que ele não mais cantaria essa música... mas vamos lá, fazer nossa análise pessoal. A começar a frase que começa e começa bem, veio já chocando:
Não levo fé nenhuma em nada!
Não levo fé nenhuma em nada!

Não levar fé deixa tudo mais escuro e mais pesado. Aqui a afinidade não é dois amigos, mas sim entre um lítico metafísica e um interlocutor que não é dialógico e que é jovem é marxista e materialista. “Não acredito no teu jeito/Revolucionário”. E ninguém tem o direto de achar eu metafísico reacionário.

Eu sei que você acredita
Nas notícias do jornal
Mas tudo isso me irrita
Me enoja e me faz mal

O outro eu materialista acredita nos jornais que justificam suas ações... como que justificando e recomendando a violência como solução (luta de classes) e também, “Eu não vou morrer pensando/Qual seria o remédio”. Essas notícias de jornal são perecíveis cujo prazo de validade é pequeno.

Por incrível que pareça
Teu discurso é tão seguro
Talvez você esqueça:
Você também não tem futuro

O discurso político marxista é suado, calculado e convincente... mas se barco afundar morre toda gente (ninguém tem assim futuro). E infelizmente quem é oprimido depois quer oprimir. E assim, vamos entrar agora num campo mais esotérico. É que esse outro eu o politizado é sincero, e quer o bem para a humanidade. “Você quer me pôr no agito/No movimento estudantil” onde é que mora a esperança e a contagiante força da juventude, porque se for para ser assim o mal sobrepujando o bem ele, o eu, metafísico: não acredita no futuro do Brasil. E com isso: “Eu não vou morrer de fome/Eu não vou morrer de tédio”.

Sei de cor seus comentários
Sobre o mal da alienação
Mas eu não vivo de salário
Eu não vivo de ilusão

Chegando ao final dessa análise o eu metafisico se mostra diferente do eu materialista... o metafísico não é alienado, ele só não concorda com esse viés discursivo marxista. Mas novamente o eu metafísico não vive de salário não vive de ilusão.
À guisa de conclusão:

Em “Fé Nenhuma”... a questão não é só entre os discursos: materialista e espiritualista, ele mostra que há sim um último fio de esperança para acender a fé: “Eu não vou morrer de fome” fome do corpo e fome da alma. “Eu não vou morrer de tédio” – ele não vai se deprimir. E: “Eu não vou morrer pensando /Qual seria o remédio” pois ele já sabe qual é o remédio e ele não vai deixar de pressentir dele, em prol de toda humanidade. 

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