Crônica: (Re)Engenharia do Rock: TODO MUNDO É UMA ILHA

  • 18/11/2024
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Crônica: (Re)Engenharia do Rock: TODO MUNDO É UMA ILHA

(RE)ENGENHARIA DO ROCK

A engenharia havaiana
Crônicas sobre a obra musical de Humberto Gessinger e os Engenheiros do Hawaii

Leonardo Daniel
TODO MUNDO É UMA ILHA
Engenheiros do Hawaii – Humberto Gessinger

Não me leve a sério, não me leve a mal
Me leve para casa
Eu sou um bom rapaz, eu só bebi demais
Preciso ir pra casa

Você me procurou, eu procurei dizer
Que não valia a pena
Você não escutou, você me acusou
De estar fazendo cena

Não me leve a mal, mas eu não tô legal
Quero ficar sozinho
Eu sou um bom rapaz, mas eu não sou capaz
De seguir o teu caminho

Você não sabe o que eu sinto
Você não sabe quem eu sou
A gente entrou num labirinto
Eu dancei, você dançou

Agora é tarde, já não tem mais jeito
Já não tem saída
No fim das contas, a gente faz de conta
Que isso faz parte da vida

Eu caí, você caiu, numa armadilha
A gente tenta se esquecer
Mas todo mundo é uma ilha

Agora já é noite, já não faz sentido
Ficar se iludindo
No fim das contas a gente faz de conta
Que o mundo não tá caindo

Você não sabe o que eu sinto
Você não sabe quem eu sou
A gente entrou num labirinto
Eu dancei, você dançou

Análise Pessoal:

Em “Todo Mundo é Uma Ilha” temos quase que o auge do existencialismo em Humberto Gessinger, aquele lance de Jean Paul Sartre de que o inferno são os outros, que estamos separados em nossas idiossincrasias, mas mesmo assim há traços de transcendência dessa importante ideologia. Devemos nos perguntar a quem o eu lírico se dirige (não me leve a sério) e onde é essa casa, e o que significa beber demais... o interlocutor que é dialógico procurou o eu lírico, para que? E por que? Eles fazem parte de alguma trama cósmica... eles estão em ofertório existencial, um auto sacrifício (de estar fazendo cena)... eles estão diante de um grande conflito, um grande desafio como em: “O PREÇO”: Aqui em: Todo mundo é uma ilha” temos esta confirmação de um conflito; o eu lírico está aflito: “A gente entrou num labirinto/Eu dancei, você dançou”.
Não me leve a mal, mas eu não tô legal
Quero ficar sozinho
Eu sou um bom rapaz, mas eu não sou capaz
De seguir o teu caminho

Ele precisa da solidão... para se recompor como em “Pra ficar legal” do álbum: “Surfando Karmas & DNA”. Aqui há duas discrepâncias estéticas, estratégicas, viscerais... de um lado temos o objeto e de outro o observador, como em: “LUZ” (álbum Novos Horizontes). Eles estão tentando fazer uma coisa muito importante, mas mesmo esse grande amigo... está perdido, estão os dois: “Você não sabe o que eu sinto/Você não sabe quem eu sou”. O interlocutor também entrou... num labirinto e ambos com isso dançaram. Quem sabe onde estava o Minotauro.
Eles querem salvar o mundo, vejamos:

Agora é tarde, já não tem mais jeito
Já não tem saída
No fim das contas, a gente faz de conta
Que isso faz parte da vida

É uma carga existencial muito intensa. O fim do mundo... como parte da vida. Enfim os joelhos dobram ao chão. “Eu caí, você caiu, numa armadilha”. Que armadilha é essa? É se sacrificar pela humanidade, aliás é exatamente isso o grande tema deste álbum em sua totalidade, é disso que fala: “Longe demais das Capitais”.

A gente tenta se esquecer
Mas todo mundo é uma ilha

Entre essas ilhas têm pontes? “Quem constrói a ponte/não conhece o lado de lá” (Novos Horizontes) ou estão separadas pelo frio do acrílico? É uma difícil resposta... pois: “Agora já é noite, já não faz sentido/Ficar se iludindo”. Iludindo de que: “No fim das contas a gente faz de conta/Que o mundo não tá caindo”. Um mundo redondo, mas frágil, muito frágil de tantas guerras... (OS QUATRO CANTOS DE UM MUNDO REDONDO).

À guisa de conclusão:

São muitas perguntas de difícil solução, depois da segunda guerra mundial, o mundo em frangalhos teve no existencialíssimo uma “fuga”; uma direção. O escritor Jean Paul Sartre... juntos outros grandes escritores como Albert Camus, foram uma forte influência para o adolescente Humberto Gessinger... nem o eu quanto o outro, fazem aqui, a mesma coisa... o eu lítico não consegue seguir o caminho de um outro tipo de martírio, do interlocutor dialógico. Como em: “Nem + um dia”...

“Tô fora do teu programa de milhagem”.

19/10/2024
Inhumas


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